Doria cobra Ministério da Saúde por baixo estoque de ‘kit intubação’ e diz que vai fazer compra emergencial no exterior

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira (13), durante inauguração de um hospital de campanha na capital paulista, que o estado vai fazer uma compra emergencial, no exterior, dos chamados kits de intubação e cobrou disponibilização de insumos por parte do Ministério da Saúde.

“O governo de São Paulo protesta veementemente contra o confisco determinado pelo Ministério da Saúde, ainda na gestão do ministro anterior [Eduardo Pazzuello], que confiscou todos os medicamentos de intubação produzidos no Brasil”, disse o governador.

E completou: “Nenhum fabricante do país pode vender ao setor público ou privado os medicamentos para intubação. O que é um absurdo numa circunstância como essa, dado o fato que, até então, eram os governos estaduais e os hospitais privados que faziam essas compras”.

O kit é composto por sedativos e neurobloqueadores, que são usados para relaxar a musculatura, a caixa torácica e ajudam os pacientes permanecer com ventilação mecânica e a suportá-la. Em março, o ministério de determinou a requisição administrativa desses medicamentos.

“A pergunta que faço é: por que o Ministério da Saúde não disponibilizou ainda esses medicamentos para os governos estaduais? E por que não o faz rapidamente para que os estados possam transferir para utilização em hospitais públicos e privados?”, completou Doria.

O governador afirmou ter determinado a compra emergencial de medicamentos para intubação “para garantir um período de 30 a 40 dias desses materiais para os hospitais municipais, estaduais e filantrópicos” do estado.

Levantamento feito pela Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do estado, que acompanha a situação nas unidades, revelou que cerca de 300 hospitais filantrópicos e Santas Casas do estado têm estoque de remédios necessários para a intubação de pacientes em estado grave de Covid-19, para apenas três dias.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, os estoques atuais do estado são suficientes para atender os hospitais paulistas apenas pelo período de 7 a 9 dias.

“O estado tem um conforto de sete dias [do kit intubação], mas nós temos a obrigação moral de abastecer os municípios. Os municípios estão desabastecidos e nós precisamos dar apoio a eles”, diz Jean.

“A licitação vai acontecer nos próximos dias e na semana que vem nós já temos um aceno de quando esses medicamentos virão [do exterior]”, declarou o secretário.

“Nós estamos esperando há várias semanas que o Ministério da Saúde efetue uma compra em larga escala. Essa compra não vem acontecendo há pelos menos três semanas, no auge da pandemia. Isso não pode acontecer. Nós estamos fazendo a nossa parte, mas o governo federal também precisa fazer a dele. É uma questão humanitária, de salvar vidas”, afirmou.
Por:G1

Por: da Redação

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